GRUPO TEATRAL “CUATRO TABLAS” - LIMA - PERU
15-09-2006
BRECHT, MIRANDA, ARGUEDAS, PASOLINI.
Esta é a mensagem principal do cartaz comemorativo dos 35 anos do Grupo teatral Cuatro Tablas, dirigido por Mário Delgado e seguidores. Montagens patrocinadas pela sociedade cultural italiana de Lima, Peru.
A primeira função, com os textos de Bertolt Brecht, com quatro atores, foi excelente. O distanciamento do autor alemão numa releitura atualizada. A função foi-me dedicada, generosamente, nas palavras de apresentação do espetáculo.
Depois fomos para a residência do músico Chino Chávez, um artista peruano e produtor cultural do mundo do rock, com carreira internacional. Ele começou com a minha peça teatral (de Antonio Miranda) Tu País está Feliz, quando tinha apenas 16 anos, como guitarrista e cantor na montagem de 1971, que deu origem ao grupo Cuatro Tablas. Soube que, à época, compôs uma versão própria de “Las Valijas”, a canção final do espetáculo, em substituição à música original de Xulio Formoso.
Fomos convidados a um jantar de confraternização com os atuais e ex-membros do grupo Gente que mora na mesma cidade, mas que tem carreira própria — todos de reconhecido sucesso — e que raramente se encontram. Estava também Carlos Cuevas, um performer que apresenta espetáculos na Alemanha, no Brasil, nos Estados Unidos da América e em outras partes do mundo.
E o também diretor de teatro Luís Ramirez, que tem outro estilo e público, além de outros atores e atrizes.
Um encontro de grandes personalidades do teatro peruano contemporâneo e de um músico notável. Foi uma sessão de nostalgia inflamada, por causa dos questionamentos e o radicalismo de Cuevas.
Fiquei de apresentar um pré-projeto de espetáculo, passei a ruminar ideias. Levantei-me muito cedo e, compulsoriamente, pus-me a escrever um roteiro com as concepções de “VIRTUA”, um espetáculo verbivocovisual com uma banda de rock, material audiovisual e uns poucos atores-cantores.
No fim da manhã, depois de um cochilo de restauro, fui caminhando até a casa-teatro de Mario Delgado, em Chorrillos, para apresentar a ideia do projeto. Ficou entusiasmado.
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Estamos hospedados (Nildo e eu) na imensa residência do ator e bailarino Jaime Lema, uma construção de mais de 150 anos, do melhor estilo oitocentista. Uma espécie de sobrado sobre a calçada, com o pé direito alto, uma varanda na frente superior da casa, e um belo jardim interno interligando as partes públicas e privadas. Senhorial, nobre, elegante, que o novo proprietário está restaurando com muito capricho e bom gosto.
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